Carta aos Manifestantes:
1.Alcançado o objetivo da redução do valor das passagens, não aceitem retaliações como aumento de impostos ou qualquer ônus ao povo trabalhador. Exija em redução de cargos CCs (puxa-sacos e cia.) e que empresa "dos brasileiros" chamada Petrobras e BR Distribuidora forneça combustível (dos brasileiros) subsidiado para o transporte público.
2.Estabeleçam novas metas: Não a PEC 37 é a mais urgente, exoneração sumária de Renan Calheiros e cumprimento das sentenças dos mensaleiros é o mínimo. Um condenado como José Genoino não pode ser agraciado com cargo público. E o Zé Dirceu? Bah...
3.Façam alianças fortes e severas com forças militares, policiais e principalmente com a Imprensa. Fora este apoio o insucesso é certo.
4.Não repudiem os militantes partidários, façam manifestações na sede de todos os partidos exigindo compromisso por escrito de todos os partidos com as causas-objetivo. Os partidos que ASSINAREM apoio as metas do movimento podem participar das manifestações. Os demais são meros oportunistas e devem ser execrados, por isso a policia deve estar ao nosso lado.
5.Ajudem a Polícia a identificar os vândalos e cadeia neles. Por isso a policia deve estar ao nosso lado.
6.A imprensa deve ser protegida, aliada e testemunhar de fato este propósito de forma livre. A mentira ou omissão acaba sendo mostrada nas redes sociais.
Pode parecer estranho num primeiro momento... mas pensem, reflitam e ajam.
Simples assim... mas pleno de bom senso.
Manifesto Bonsensista
O Manifesto Bonsensista visa ser testemunha de fatos da vida com uma constante busca de respostas que direcionem o ser humano para a felicidade apesar dos condicionamentos sociais, políticos, econômicos, religiosos, psicológicos ou de qualquer outra ordem com base no bom senso.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Pensamento
Pensamento do dia...
"Suponha um governo estelionatário que se elegeu fazendo manifestações públicas e greves para assumir o poder estatal e vilipendiá-lo a serviço do enriquecimento ilícito que sempre criticara...
Suponha uma rede social que é desenhada por ser de uma 'elite' esclarecida que nunca parte para ação...
Agora suponha que esta 'elite' resolva manifestar-se para baixar o preço das passagens do transporte público que desde muito enriquece empresários, na sua maioria, laranjas daqueles que estão no poder, recebendo muito dinheiro através de campanhas políticas ou outros meios mediante facilidades em concessão estatal...
Agora suponha que esta 'elite' esclarecida que nunca partia para ação se veja sendo chamada pelo governo estelionatário para negociar suas reinvidicações...
Agora suponha que microscópica reinvidicação de não aumentar o custo de tranporte coletivo seja atendida uma vez...
Então saberemos como tornar toda a sociedade mais justa... com governantes competentes no lugar de traidores estelionatários."
Ainda bem que aqui é diferente? Simples assim, mas pleno de bom senso.
"Suponha um governo estelionatário que se elegeu fazendo manifestações públicas e greves para assumir o poder estatal e vilipendiá-lo a serviço do enriquecimento ilícito que sempre criticara...
Suponha uma rede social que é desenhada por ser de uma 'elite' esclarecida que nunca parte para ação...
Agora suponha que esta 'elite' resolva manifestar-se para baixar o preço das passagens do transporte público que desde muito enriquece empresários, na sua maioria, laranjas daqueles que estão no poder, recebendo muito dinheiro através de campanhas políticas ou outros meios mediante facilidades em concessão estatal...
Agora suponha que esta 'elite' esclarecida que nunca partia para ação se veja sendo chamada pelo governo estelionatário para negociar suas reinvidicações...
Agora suponha que microscópica reinvidicação de não aumentar o custo de tranporte coletivo seja atendida uma vez...
Então saberemos como tornar toda a sociedade mais justa... com governantes competentes no lugar de traidores estelionatários."
Ainda bem que aqui é diferente? Simples assim, mas pleno de bom senso.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Tudo finda...
A ano de 2011 está acabando e com ele o Manifesto Bonsensista se encerra como projeto.
Mas 2012 se inicia e, pleno de novas esperanças, simplicidade e bom senso, vamos começar novos projetos.
Este período é relevante na história da humanidade pagã e cristã, religiosa ou não. Permite refletir sobre o passado e planejar o futuro, como se fossemos unicamente responsáveis pelo que vai acontecer.
No entanto percebemos que que não somos unicamente responsáveis pelos acontecimentos. Ações de outros seres humanos influenciam nossas decisões e ações e são influenciados por estas em contrapartida. E não é só isso. Há os fatores aleatórios. Nessa mistura surge o que chamamos de realidade, que pode ser de nosso agrado ou não. Em ambos os casos temos o que fazer. Lutar pra manter, lutar pra mudar ou esperar pra ver.
Porém se não somos unicamente responsáveis pela realidade, toda realidade é fruto do que individualmente fazemos e portanto somos responsáveis por tudo que acontece quer lutemos ou não.
É preciso que mudemos as premissas de nossa sociedade, fazendo com os direitos humanos sejam fundamentalmente a constituição de nossas nações. Somente deste ponto de partida é que novas realidades para seres humanos serão construídas.
O resto já foi dito, escrito, explicado e está pronto para ser aproveitado por quem quiser, visto que é público.
Mas como você está?
Se você respondeu sim a todas estas questões, parabéns, você tem tudo pra ser feliz. Se respondeu não, provavelmente existe um espaço vazio a ser preenchido. Em qualquer caso há inúmero motivos para recomeçarmos pois somos eternamente responsáveis pela nossa própria vida.
Desejo, do meu mais profundo sentimento de humanidade que todos sejamos capazes de iniciar o novo ano no sentido de assegurar afirmações a todas as questões acima.
Mas como você está?
- Alimentado(a), com saúde, tem um trabalho, uma ocupação?
- Dedica-se à construção da arte, do esporte, da ciência, da religião ou da cultura?
- Tem sonhos e busca realizá-los?
- Enfrenta dificuldades, buscando superá-las?
- Tem amigos(as) e pessoas que você ama ou estima de forma mais especial?
- Você ama e se sente amado(a) por alguém?
Se você respondeu sim a todas estas questões, parabéns, você tem tudo pra ser feliz. Se respondeu não, provavelmente existe um espaço vazio a ser preenchido. Em qualquer caso há inúmero motivos para recomeçarmos pois somos eternamente responsáveis pela nossa própria vida.
Desejo, do meu mais profundo sentimento de humanidade que todos sejamos capazes de iniciar o novo ano no sentido de assegurar afirmações a todas as questões acima.
Mas convido a cada um que dê o primeiro passo no sentido de agir ética e humanamente. Que antes de agir pense nas consequencias humanas de forma empática. Não tenha medo de assumir seus erros e de corrigir suas falhas. Que se inicie o processo de construção de uma nova sociedade de paz, felicidade e harmonia onde todos os direitos e benefícios sejam usufruídos por pessoas honestas, justas e humanas.
Desejo que os sistemas sejam construídos para beneficiar os seres humanos e que toda desumanidade seja abolida.
Desejo um futuro de paz, harmonia e felicidade. Mesmo que o fim do mundo seja em 2012, lembre que somos privilegiados por podermos testemunhar a realidade do universo e que nos foi dada uma oportunidade de ser feliz.
Que enquanto houver um minuto de vida estejamos lutando pela felicidade da humanidade, pois não somos um, somos todos.
Sempre de forma simples assim, mas recheado, lavado e enxaguado no bom senso!
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Uma História de Pai - Desejos
"Um dia você vai servir a alguém." (Vitor Ramil)
Minha filha
tem 13 anos. É uma menina linda e com todos os componentes típicos do momento
de vida. Ansiedade, dúvidas, medos, paixões, oscilações, vontades, desejos,
mudanças biológicas, hormonais e instabilidades emocionais. E encontra-se, como
a maioria das meninas de sua idade, verdadeiramente apaixonada por seu ídolo
Justin Bieber.
Ainda no
início deste ano havia prometido a minha filha que se o Justin Bieber viesse ao
Brasil, eu a levaria ao show. Seria a sua primeira experiência neste aspecto e,
como pai, desejava assumir esta responsabilidade em proporcionar este desejo. E
é sobre a realização de desejos que me permito conversar com você, pois
sinceramente não tenho certeza se há uma forma, um limite, uma maneira correta
de realizar desejos de um filho. E por que fazemos isso?
Eu tive de
meus pais e irmãos (sou o filho mais novo da família) carinho, afeto, respeito,
educação e estímulo. Confesso que nos momentos mais difíceis da minha vida, foi
minha mãe a única a me estender uma mão financeira, do que não me orgulho. Meu
Pai era um motorista de táxi empregado, ou seja, não era dono do táxi e
portanto tinha uma renda menor que mínima que mal sustentava o fumo. O braço
financeiro da casa sempre foi o de minha mãe. E ela realizou desejos para mim
que excederam a capacidade financeira dela. Por exemplo ela me oportunizou
fazer o ensino médio em uma escola particular e só Deus sabe o que ela passou
para pagar o meu colégio sendo uma humilde e honesta costureira empregada do famoso atelier
de Dona Mary Steigleder (que fez o vestido de casamento da Sandra Bréa com o
Arthur Guarisse na década de 80).
Confesso que, mais tarde, pude presentear meus pais com a graduação e o mestrado em Química, sendo o único de minha
família com um curso superior. Hoje sei que aos olhos de meus pais foi uma
vitória e uma devolução pequena ao que me proporcionaram. Porém nunca me dei o
direito de ter desejos comuns aos jovens de minha época como de ir a shows
musicais, cinema, teatro, festas e badalações na juventude. Meu foco era me
formar, arrumar um bom emprego, comprar um carro e um apartamento e, assim,
aliviar a carga que impunha principalmente a minha mãe. Porém essa percepção
tive apenas depois de muitos anos, pois quando jovens olhamos o mundo de um
ponto de vista “umbigal”, centrado em nós mesmos.
Mas desde a
mais tenra idade, meus desejos mais concretos foram sempre de independência, o
que chamava a atenção de muitas pessoas. Algumas pessoas me viam como um ser
estranho e orgulhoso desde criança. Certa vez a Dona Mary Steigleder, uma
senhora requintada, elegante, de voz firme e terna, que me conhecia desde bebê
me ofereceu delicadamente um dinheiro (algo como R$ 10,00) como um “mimo” em um
dia quando fui junto com meu pai buscar minha mãe após o trabalho no atelier que ficava na Avenida Independência, a
frente do Teatro Leopoldina, depois batizado de Teatro da OSPA e que agora está
desativado. Eu respondi à Dona Mary que não queria o dinheiro, nem precisava
dele. Era minha mãe que trabalhava para ela. E à minha mãe o dinheiro era
devido. Eu tinha 10 anos de idade e Dona Mary voltou seus olhos para minha mãe
e disse “nossa, como ele é orgulhoso, não é”? Eu queria algo que resolvesse a
minha vida. Nunca aceitei soluções paliativas ou pequenos prazeres simplesmente
por que eram “de graça”. Eu queria ser independente. Mas minha mãe ficou chateada com meu comportamento.
Com o tempo devido, conquistei alguma
independência e pude ter acesso a algumas coisas que me permitiram namorar,
casar e trabalhar melhor, afinal a era da informação estava “bombando”.
O primeiro
show que pude ir ocorreu na década 90 quando pude pagar com meu próprio salário
e, se não me engano, era do Oswaldo Montenegro. Foi no então Teatro da OSPA.
Então o
futuro chegou e me tornei pai. E busquei de todas as formas tornar a infância
de minha filha feliz, provendo a ela muitas coisas que não tive.
Há meses
atrás houve o anúncio oficial de que teríamos em Porto Alegre o show da Turnê Mundial do Justin Bieber
no dia 10 de outubro de 2011. E tinha que cumprir o prometido.
A venda de
ingressos pela internet iniciou às 00:00 do dia 1 de setembro de 2011. E lá
estava eu em frente ao meu computador. Ciente de que era a primeira experiência
de minha filha em shows e um sonho para ela, compramos o “Gramado Premium”, o
ingresso em frente ao palco, o mais caro.
Iniciou-se o
segundo dilema. Ela desejava acampar na fila para entrada no estádio a fim de garantir um lugar próximo ao artista e negociamos o mês todo. A minha
preocupação residia na falta de percepção de minha filha sobre em que condições
de saúde ela estaria para assistir o show, visto que ficaríamos horas em filas,
expostos às intempéries (não sei o que seria pior, chuva ou sol escaldante),
com alimentos inadequados. Enfim chegamos ao consenso de que iríamos na
madrugada do dia do show apesar da sua contrariedade.
Então chegou
a véspera do show. Era um domingo e o show caiu numa segunda-feira. Havia acertado com
os meus patrões que a minha falta seria substituída por um outro dia de
trabalho. Minha filha começou a agitar-se e por telefone falou com amigas que
já estavam acampadas no local. Então ela se volta para mim, avisa que não iria
dormir e que queria ir para junto de suas amigas. Eu estabeleci o limite,
embora absurdo e acima de minha condições físicas, acordaríamos as 4:30 e por
voltas das 5:00 lá estaríamos, pois o sono iria fazer bem a ela. Ela foi para a
cama soluçando e disse para mim “obrigado pela pior noite de minha vida”! Suas
palavras foram uma flechada no meu coração, mas sabia que estava fazendo o
certo. Dormi triste.
Acordei às
4:30, minha filha saiu da cama logo depois, fizemos um breakfast com
achocolatado e iogurte, fiz uma mochila com roupas (para eventual substituição)
e partimos. Não desejava usar o carro pela confusão natural de trânsito nestes
eventos. Fomos de metrô até o centro de Porto Alegre e de lá pegamos um taxi
até o estádio Beira Rio. Era 5:30 quando chegamos e nos posicionamos no fim de
uma fila enorme entre barracas e acampamentos. Acredito que havia de 500 a 1000
pessoas lá. Mas logo atrás de nós, em minutos, chegaram mais umas centenas de
pessoas. Estávamos a 14h do inicio do show do Justin Bieber.
Em poucos
minutos começa uma correria. O pessoal acampado a mais de uma semana tinha uma
lista em torno de 150 a 200 pessoas que estavam a frente na ordem de entrada. A
ordem das demais não havia registro. Então as pessoas que chegavam se
amontoavam a frente do portão do estádio que ficava a um 300 m do início do
acampamento. Confusão na certa. A fila que estávamos se desfez. Todos correram
para a porta do estádio. Amontoou-se gente por tudo quanto é canto. Pais e
crianças estressadas. Gritos e uma desorganização total. Estava amanhecendo por
volta das 6:00 e o dia clareava.
Tivemos que
nos reposicionar, a força policial da nossa valorosa Brigada Militar conseguiu colocar
ordem e assegurar o posicionamento preferencial aos aproximadamente 200 acampantes
listados. Os demais se posicionaram atrás como puderam. Assim fizemos. Então
fitas de isolamento foram colocadas para organizar a fila que já era quase
quilométrica. Era 7:00 e o sol já batia com vigor em nossas cabeças. Peguei dois
bonés da mochila e colocamos. Eu havia previsto este transtorno, pensando que minha
filha poderia ter impacto sobre sua saúde se ficasse no sol o dia inteiro. Faltavam
13h para o início do show. Desta forma conseguimos avançar nosso posicionamento
original, não por esperteza ou deseducação, mas por que era a condição do
momento.
Neste momento
outro problema se iniciava, em algumas horas começaria o acesso das pessoas aos
portões de entrada ao estádio dependendo do tipo de ingresso. Os portões de entrada somente abririam
às 15:00. Então saí da fila deixando minha filha com amigas e fui buscar algo
para comermos. Vários quarteirões de distância encontrei um supermercado.
Comprei duas sombrinhas (guarda-chuvas), salgadinhos, água, refrigerante e duas
banquetas de camping. Recebo uma ligação de minha filha que a fila começara a
andar. Peguei um táxi e retornei à fila. Minha filha estava sem fome, bebemos
água e refrigerante e usando as banquetas foi possível sentar um pouco à sombra
dos guarda-chuvas.
Ás 10:22 nos
posicionamos em frente aos portões 4 e 5 em nosso lugar na fila, ao sol. E lá
ficamos até às 15:00. Minha filha não quis comer muita coisa, embora tenha oferecido várias vezes.
Abriram-se os portões e tive que deixar as banquetas e os alimentos da mochila
na entrada. As meninas corriam para se posicionar em frente ao palco. Começa
uma aglomeração pois todas desejavam estar bem na frente do palco, mas não havia
primeira fila para todas. Para se ter uma ideia, o "Gramado Premium" lotou com todas as pessoas ocupando somente a metade do espaço em frente ao palco, notadamente um aperto descomunal.
O sol estava mais intenso e assim ficou até as 18:00. Durante este período dezenas de meninas passaram mal. Estava previsto: sem dormir, sem comer, emocionalmente sensíveis, um calor insuportável, aquele aperto e sem poder sentar-se. A preocupação com minha filha aumentara. Mas ela estava bem. Aliás, a aglomeração era tanta que nem podíamos mexer os pés. Qualquer movimento podia nos fazer cair. Então minha filha se vira para mim e fala comigo as seguintes palavras: “Estou com fome”!
O sol estava mais intenso e assim ficou até as 18:00. Durante este período dezenas de meninas passaram mal. Estava previsto: sem dormir, sem comer, emocionalmente sensíveis, um calor insuportável, aquele aperto e sem poder sentar-se. A preocupação com minha filha aumentara. Mas ela estava bem. Aliás, a aglomeração era tanta que nem podíamos mexer os pés. Qualquer movimento podia nos fazer cair. Então minha filha se vira para mim e fala comigo as seguintes palavras: “Estou com fome”!
Nem os
vendedores ambulantes chegavam aonde estávamos. Consegui um único alimento: um picolé
de chocolate. Rezei para que este sustento lhe fosse suficiente. O resto foram
copos de água de 200ml ao valor de R$ 4,00 (equivalente a U$ 2,50). Foram ao
todo uns vinte e cinco copos de água só do meu bolso, compartilhados entre
todas as pessoas que estavam próximas. Continuávamos em pé com sol a pleno, até
o momento que fez alguma sombra no palco. Iria começar os shows de abertura por
voltas das 18:45, com certo atraso. Os meus pés e pernas estavam queimando.
Minha hérnia de disco lombar não se acusou e dei graças a Deus. Pensei diversas
vezes em me afastar da multidão e sentar no chão, mas preocupado com minha filha e sua condição,
fiquei por perto para observá-la.
Precisava, de alguma forma, desviar o pensamento de minhas dores e do tempo que
faltaria até o final do evento. Pois muito antes de começar eu já estava em
frangalhos. Comecei a “twittar” sobre o que estava passando e a fazer
comentários sobre a situação que passamos e os shows. Primeiro do Fat Duo, depois de Starship Cobra e, a
seguir, com a introdução de um rapper, aconteceu, para o delírio de todas as
meninas, a presença do Justin Bieber.
Eu tenho
1,88m de altura e a maioria das pessoas presentes não passava de 1,60m. Não
preciso nem dizer o quanto eu importunei as meninas que infelizmente se
posicionaram atrás de mim. A mochila que eu trazia, a qual foi muito útil nos
momentos mais terríveis de espera, importunou quem estivesse a minha frente ou
às minhas costas. Mas lembro de já haver comentado neste blog sobre como as
pessoas, principalmente políticos se comportam sem empatia, pautadas somente no interesse próprio. Várias
mães e meninas me batiam às costas e pediam para ficar a minha frente (como se
houvesse espaço além do meu, próximo a minha filha). Então delicadamente eu
explicava que não podia fazê-lo por que não tinha culpa de ter a altura que
tinha e que não estava vendo naquele momento ninguém mais alto do que eu, de
forma que se aplicasse o critério de ceder meu lugar em função da minha altura
eu iria parar fora do estádio. Uma outra mãe querendo dar uma de “João Sem
Braço” me cutucou muito e quando olhei para trás ela apontou para a filha e disse
“ela está passando mal, deixe-a passar”, tentando novamente me convencer pela
emoção para passá-la para a frente. Eu respondi que se ela estivesse passando
mal deveria dirigir-se até os paramédicos mas que era importante a companhia de
sua mãe. Respondi então “onde está a mãe dela”? Aquela senhora ficou em silêncio.
Tirando as
baquetadas (bastões coloridos e luminosos usados pela platéia no show) na minha
cabeça, as incomodações de quem ficava atrás de mim, a dor insuportável nos pés
e pernas, a fome, a sede, os gritos histéricos, tudo estava indo bem,
principalmente com minha filha. Note que desde que entramos no estádio às
15:00, ficamos até o momento do show do Justin Bieber exatas 5h em pé, sem
outra opção.
Segui “twittando”
e fazendo comentários ácidos ao show do Justin Bieber, que vulgarmente e para
facilitar a digitação no smartphone,
referia como “Biba” em alusão a pronuncia que o rapper utilizava. O fato, musicalmente falando, que os
profissionais do show como vocalistas (um quarteto de origem oriental excepcional nos vocais), street dancers, DJ e
instrumentistas foram magníficos. Muito acima da performance mediana do astro
principal, que abusou dos vocalizes, do playback e do apoio instrumental.
Não se mostrou grande dançarino, e mesmo na bateria, violão ou piano mostrou que é, por enquanto, um instrumentista mediano, mas com imenso potencial. Sua voz infanto-adolescente é excessivamente aguda e mesmo não desafinando gritantemente, certamente o apoio do playback ajudou, embora tenha soado falso. A roupa que usava tinha um rabo (como se fosse um rabo de cavalo) com fios luminosos no bolso traseiro que estava estranho como se tivesse um busca-pé aceso no glúteo. Abusou de caras e bocas e, graças sua fotogenia, garantiu o delírio de todas as fãs presentes. Com tudo isso fui me distraindo no twitter, superando todas dores e desconfortos e observando minha filha, que chorou copiosamente durante todo o espetáculo.
Não se mostrou grande dançarino, e mesmo na bateria, violão ou piano mostrou que é, por enquanto, um instrumentista mediano, mas com imenso potencial. Sua voz infanto-adolescente é excessivamente aguda e mesmo não desafinando gritantemente, certamente o apoio do playback ajudou, embora tenha soado falso. A roupa que usava tinha um rabo (como se fosse um rabo de cavalo) com fios luminosos no bolso traseiro que estava estranho como se tivesse um busca-pé aceso no glúteo. Abusou de caras e bocas e, graças sua fotogenia, garantiu o delírio de todas as fãs presentes. Com tudo isso fui me distraindo no twitter, superando todas dores e desconfortos e observando minha filha, que chorou copiosamente durante todo o espetáculo.
O choro de
minha filha me desconcertou. Não sabia se era de prazer ou de dor. Se estava
chateada ou em delírio de fã. Mas não quis interferir. Ela estava passando bem
e vivendo o momento que ela desejou com todos os seus requisitos atendidos, ou
pelo menos quase todos.
Com 1h e 45min
de show estava tudo acabado. Saímos do estádio por volta das 10:00 em
frangalhos. Pegamos um táxi e fomos para a casa de minha mãe onde minha esposa
havia deixado o carro sob minha orientação. Eu havia previsto a melhor
logística de saída. Antes da meia noite da segunda feira estávamos todos em
casa.
Tomei um
banho e até uma massagem nos pés me foi concedida pela minha esposa e companheira. Não sabia
o que estava sentido se é que sentia alguma coisa. Cheguei a pensar que a
eutanásia é justa em alguns casos... e finalmente adormeci.
No outro dia,
no trabalho, acessei o twitter e vi a seguinte postagem de minha filha em
letras maiúsculas: “FOI O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA”! Era como se tudo que
eu passei tivesse valido a pena. Tudo mesmo, não só naquele dia fatídico, mas toda
a minha vida fazia algum sentido.
Então eu
escrevi a seguinte e estranha frase no twitter: “Não poupe seus pais dos seus
desejos pois só assim eles poderão permitir que você os faça felizes”.
O único modo
de realizar nossos desejos é expressando-os. Passei minha vida inteira
engolindo meus desejos por que não via a possibilidade de realizá-los. Aprendi
a elaborar frustrações muito cedo na vida por que como não me permitia o
desejo, a frustração era certa.
Sei que não
terei condições físicas e financeiras de realizar todos os desejos de minha
filha, mas a realização de algum deles permitirá a felicidade dela. E “quem
beija meus filhos, minha boca adoça”, dizia a Dona Matilde. Me arrependi das
críticas ao ídolo de minha filha. Não do conteúdo, mas do momento em que as fiz,
pois não precisava que ela soubesse o que penso com a minha razão. Acabei
postando que "se ela estava feliz, minha opinião pouco importa ou tem nenhum
valor". Aprendemos juntos que a felicidade é sempre uma referência para o valor
das coisas. E a felicidade de um filho, mesmo que este não compreenda ou reconheça
o esforço que fazemos, nos é definitiva em termos de realização pessoal. Meu amigo Rodrigo Grecco mandou-me a seguinte frase da música de Vitor Ramil: "Um dia você vai servir a alguém". É isso mesmo.
O fato é que
precisamos de sonhos e desejos. Eles são de fato a força motora da vida. A não
realização não é frustrante por que a vida da gente não muda pelo que não
acontece. Mas a expressão de nossos desejos é, sem dúvida, o primeiro meio para
facilitar a conspiração do Universo a nosso favor pela força da atração. E se
tivermos alguma chance de realizá-los, essa possibilidade se traduzirá em fato,
conquista, realização e, portanto, felicidade.
Por isso
comecei o Manifesto Bonsensista, a fim de expressar o desejo de uma sociedade
humana, igualitária, justa e feliz para todos, principalmente para os nossos
filhos. Simples assim, mas pleno de bom senso.
Video: Vitor Ramil e Lenine - Um dia você vai servir a alguem
Video: Vitor Ramil e Lenine - Um dia você vai servir a alguem
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Obrigado Steve Jobs - Você tem que encontrar o que você ama
Discurso de Steve Jobs (1955-2011) aos formandos de Stanford:
"Estou honrado de
estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca
me formei na universidade. Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu
já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês
três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.
A primeira
história é sobre ligar os pontos.
Eu abandonei o
Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais 18 meses antes
de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo começou antes
de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que
decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas
com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento
por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que
queriam mesmo uma menina.
Então meus pais,
que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com
uma pergunta: “Apareceu um garoto. Vocês o querem?” Eles disseram: “É claro.”
Minha mãe
biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na
faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou
a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus
pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. E, 17 anos mais tarde,
eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase
tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da
classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de
seis meses, eu não podia ver valor naquilo.
Eu não tinha
idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a
universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu, gastando todo o
dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi
largar e acreditar que tudo ficaria ok.
Foi muito
assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões
que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias
obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que
pareciam interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no
dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia
garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida.
Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa
refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo.
Muito do que
descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se
mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: o Reed College
oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o
campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra
de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas
normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com
serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes
combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito,
histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode
entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.
Nada daquilo
tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde,
quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós
colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita.
Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido
as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o
Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as
tivesse.
Se eu nunca
tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os
computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro
que era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na
faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos
depois.
De novo, você
não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando
olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se
conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra,
destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida
nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.
Minha segunda
história é sobre amor e perda.
Eu tive sorte
porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a
Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em
10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais
de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior
criação — o Macintosh — e eu tinha 30 anos.
E aí fui
demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a
Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano,
tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir.
Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha
sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador.
Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses.
Senti que tinha
decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o
bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David
Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela
maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do
Silício].
Mas, lentamente,
eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi
começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a
melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi
substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre
tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da
minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT,
outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se
tornou minha esposa.
A Pixar fez o
primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de
animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a
Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos
nela está no coração do atual renascimento da Apple.
E Lorene e eu
temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido
se eu não tivesse sido demitido da Apple.
Foi um remédio
horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com
um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa
que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que
descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto
para com as pessoas que você ama.
Seu trabalho vai
preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente
satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira
de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.
Se você ainda não
encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os
assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande
relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então
continue procurando até você achar. Não sossegue.
Minha terceira
história é sobre morte.
Quando eu tinha
17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse
o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou, e desde
então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto:
“Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a
resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que
estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me
ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas,
orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando
apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.
Lembrar que você
vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar
que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu
coração.
Há um ano, eu fui
diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava
claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas.
Os médicos me
disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não
deveria esperar viver mais de três a seis semanas. Meu médico me aconselhou a
ir para casa e arrumar minhas coisas — que é o código dos médicos para
“preparar para morrer”. Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses
tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer
seu adeus.
Eu vivi com
aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que
eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago
e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas
células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que
quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era
uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia.
Eu operei e estou bem.
Isso foi o mais
perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que
vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a
vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito
apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o
céu não querem morrer para chegar lá.
Ainda assim, a
morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu
escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a
principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho
para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia,
não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido.
Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.
O seu tempo é
limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.
Não fique preso
pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas.
Não deixe que o
barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.
E o mais
importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição.
Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o
resto é secundário.
Quando eu era
pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog.
Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe
daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos
60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito
com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid.
Era como o Google
em forma de livro, 35 anos antes de o Google aparecer. Era idealista e cheio de
boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições
de Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua
missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a
idade de vocês.
Na contracapa
havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde
você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras:
“Continue sedento, continue ingênuo.”
Foi a mensagem de
despedida deles. Continue sedento. Continue ingênuo. E eu sempre desejei isso
para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo
isso para vocês. Continuem sedentos. Continuem ingênuos.
Obrigado."
Simples assim. Mas pleno, recheado, lavado e enxaguado nas lágrimas do bom senso.
Obrigado Steve Jobs, por criar uma geração mais livre para pensar, comunicar, criar e se expressar. Você permitiu pelo menos um Direito Humano aos humanos. Vai fazer muita falta... muita falta.
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